EP - Estrofe, Refrão, Quadrinhos, Solo, e Refrão pra arrematar.



Tenho lido muitas HQs nacionais nesses tempos, e sem arrependimentos até o presente momento.
Meio aos atropelos, e hoje parecendo muito mais intencioada em não seguir as convenções das HQs estrangeiras que todos leram durante a formação do interesse em quadrinhos, a cena de quadrinhos nacionais ainda tem um pé (às vezes os dois) na liberdade do meio independente, o que é muito massa.
Dentre as aquisições recentes, esta que intitula a postagem foi a mais demorada, desde o tempo de contato inicial pra saber se ainda sobra alguma edição com o autor, até o recebimento da mencionada publicação.


Pois bem, e esta EP, dos roteiristas/desenhistas Dalts e Magentaking é pelo menos uma preciosidade.

Mas não se engane quem lê esse post, pois não sendo isso uma resenha nem nada formal, vou me ater a digitar o que for lembrando sobre a indescritível satisfação que foi conferir o trabalho dos caras.
Trabalho sobre o qual eu sabia pouco, é verdade.


Mas havia algo no nome da HQ, e na simplicidade da capa, que estabelecia a expectativa de que seria uma grande obra.
Talvez porque eu curta rock'n roll, e HQs sobre rock'n roll. Talvez porque minha HQ sobre rock'n roll foi cancelada com dois capítulos storyboardeados, e primeiras páginas já desenhadas. Enfim. Resposta que não será encontrada aqui.
O fato é que, ao ler EP, o sopro de psicodelia oriundo das páginas foi nada menos do que inspirador e impressionante.
Claro que, cada palavra minha tende a ser interpretada na condição de exagero, mas basta conferir o quanto parece dizer ao leitor cada pin-up dupla, transitando pela arte de cada um dos autores, estilos de traço e composição distintos, e ainda assim tão complementares na proposta do roteiro.

Tudo imerso em simplicidade, e não por isso menos complexo.
É dessas pequenas chances de olhar a historia com uma segunda perspectiva de quem lê que vem uma das maiores forças de EP, que ao longo do enredo é uma aula de narrativa no ritmo de um bom grunge (ao menos pra mim passou essa sensação).
Enquanto ir às bancas de revistas costumeiramente (pra mim pelo menos) tem sido muito mais monotonia em conferir que muito do que é chamado de novo é apenas o velho com um uniforme berrante diferente, a longa espera (foram alguns meses e vários papos no facebook pra saber se havia sido extravio do correio ou sei lá o que o responsável pela demora) rendeu uma das melhores leituras quadrinhísticas de 2012 no caso de EP.



Sem palavras que façam jus à obra, esse texto a respeito dessa HQ a qual não utiliza palavras para contar sua historia é apenas um apanhado de impressões e sensações, algo muito semelhante ao que a própria trama da edição aparenta ser.
A caminhada do protagonista rememora a sua vida enquanto serve de inspiração para uma canção construída com o uso de guitarras e distorções.

E graças a isso, ao fim da 56ª página, o velho porém "pena que quadrinhos não tem som" estava completamente ausente pra mim.
Afinal, isso é EP: um duelo de guitarras em que cada riff ou solo retrata e transmite uma experiência, e em que cada acorde permanece tatuado na mente do leitor.


Confira aqui o TRAILER DO EP.
E pra conhecer mais do trabalho dos autores é só visitar:
e
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