Iron Sky


Em priscas eras, aqui no blogue realizei uma postagem acerca dos famigerados filmes nazisploistation. Na ocasião eu não citei o Iron Sky por considerar esse longa-metragem tão inofensivo quanto um chiaua gripado, já que o subgênero nazisploitation tem o intuito de ser provocativo e ofender o máximo possível de pessoas por quilômetro quadrado.

Todavia, pensei: Porque deixar de fora desse blogue uma ficção científica tão bacana e divertida como essa apenas por causa de bobagens relacionadas a rótulos cinematográficos?

Sendo assim, tecerei aqui breves comentários acerca do referido filme, que mostra o planeta Terra no ano de 2018 sendo importunado por uma invasão de nazistas que até então habitavam a lua. É isso mesmo, nazistas espaciais.

Na trama, após o término da Segunda Guerra Mundial em 1945, cientistas alemães efetuam descobertas importantes sobre antigravidade. De posse de tais descobertas, eles partem em naves espaciais para o lado obscuro da lua. Nesse local é construída uma base espacial e ali eles planejam retornar ao planeta anos mais tarde com o intuito de implantar o Quarto Reich (putz!!!).


Com um roteiro destrambelhado como esse, redigido por Johanna Sinisalo e Michael Kalesniko, o longa-metragem Iron Sky é um dos únicos filmes da atual safra que entrega o que realmente promete: uma trama redondinha que não se leva a sério e não desperdiça boas ideias.

Essa co-produção finlandesa, alemã e australiana dotada de um orçamento ínfimo (7,5 milhões de euros), apresenta efeitos especiais que não fazem feio diante de poderosos blockbusters. Mas o mais legal a salientar é o espírito anárquico da referida obra, que esculhamba valores políticos e morais com a mesma sutileza de um hipopótamo andando de patins em uma loja de copos de cristal.


Os nazis do filme são espalhafatosos tal e qual a sociedade ocidental, que é retratada com todos os estereótipos e excentricidades típico de quem se acha no topo da cadeia evolutiva. Isso se torna visível com a personagem que representa a presidente norte-americana como uma espécie de sátira a Sarah Palin. As reuniões da ONU são impagáveis e a batalha espacial uma imensa trapalhada que deixaria Didi, Dedé, Mussum e Zacarias parecendo hábeis homens de guerra. E o pior: se tal batalha realmente ocorresse acredito que não seria diferente daquilo que é mostrado em tela.

Sobre a trilha sonora, vale citar a presença da banda eslovena Laibach, que aborda nas músicas temas como totalitarismo, conceito que cai como uma luva para o filme em questão. Outro ponto de destaque são algumas boas referências a obras como A Queda e Dr. Fantástico.  


Em português Iron Sky recebeu o infeliz título de Deu a Louca nos Nazis, mas evite julgar um filme pelo título. Essa produção, dirigida por Timo Vuorensola, consegue ser o que Transformers (principalmente os dois últimos) sempre quiseram ser mas falharam miseravelmente.
Iron Sky - Recomendado para: Quem sabe que a raça humana às vezes não passa de um bom motivo para piadas.
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