Da série "Ninguém curte, só nós" - Rocky V


Continuo aqui esta série que faz cada funcionário do Satélite abrir seu coração para uma podreira que só ele parece achar interessante. Vou fugir um pouco do universo da ficção científica que o colega Fernando abordou na sua postagem para falar de uma das minhas séries favoritas do cinema, a hexalogia Rocky, do Sylvester Stallone, mais especificamente do seu quinto filme. Normalmente, alguém falar que essa é uma das suas franquias cinematográficas favoritas pode gerar desconfiança por parte de alguns críticos chatos. Quando o cara então fala que adora a quinta obra da série, é de se questionar sua sanidade mental. Mas é para isto que serve este espaço, não?

Não é difícil entender porque o filme desperta o ódio dos fãs. A principal razão é que ele vem depois do mais cultuado da série, o Rocky IV. Tudo que acontece no seu antecessor é adorado: a trilha sonora, a história, o vilão Ivan Drago, a luta final... Eu particularmente acho legal o filme, mas não é nem de longe meu favorito. Claro que o roteiro, que contempla uma luta de boxe entre o Leste e o Oeste da guerra fria, é reflexo do momento histórico que o filme foi produzido (1985), mas  não me desce. Normalmente não me incomodo com o nacionalismo norte-americano (é o direito deles traduzir seu patriotismo no cinema), mas confesso que neste filme em particular acho que explodiu todas as escalas aceitáveis para quem não é dos EUA.



Mas chega de falar do Rocky IV. O que me faz ir contra toda a humanidade e gostar da quinta parte é o fato de meu filme favorito da série ser o primeiro. Os traços de realismo eram fortes no início, com o roteiro dando bastante destaque para a vida e os dramas de Rocky. O segundo filme começa a deixar de lado esse realismo para focar mais nas lutas mirabolantes de um cara que tem o dom de apanhar mais do que o Seya dos Cavaleiros do Zodíaco e mesmo assim ganhar suas lutas. A partir do terceiro a coisa descamba e no quarto atinge seu ápice. O quinto filme surge como uma tentativa de dar mais realidade para a franquia.

Não serei hipócrita de negar. Rocky V está cheio de furos de roteiro, um final muito abrupto, personagens com motivações duvidosas e um vilão muito, muito fraco (pior que o Clubber Lang do terceiro). Mas mesmo com seus (enormes) defeitos, teve vários méritos, geralmente esquecidos pelos seus vários críticos

A história do Rocky Jr., enfrentando bullying no colégio e tendo um pai famoso e ausente, é bem divertida. O fato do Rocky não poder lutar mais pelos danos ao seu corpo também foi uma sacada boa. E o fato dele abandonar seu papel de lutador para virar mentor da nova geração é um fato muito legal para o desenvolvimento do personagem, mostrando seu amadurecimento.

Com falhas ou não, a quinta parte tentou retomar o clima do primeiro filme e despertou o ódio dos fãs da quarta parte. Eu, como admirador do primeiro, gostei da iniciativa, mesmo com os vários defeitos. E sim, eu achei a briga de rua do final muito legal. Pronto, pode me crucificar.

Como ninguém concorda comigo, deixo aqui a minha música favorita do quarto e adorado filme,  para ver se acalma quem for ler este texto. Me desculpem pela sinceridade, mas jogue a primeira quem não desafia o mundo ao gostar de alguma podreira.







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