Turma da Mônica - Laços




É difícil encontrar alguém que não tenha crescido lendo a Turma da Mônica. Seja eu, que nasci na década de 90, seja você que nasceu na década de 80 ou 70 ou até mesmo algum eventual leitor que nasceu na década passada. Turma da Mônica é um verdadeiro patrimônio brasileiro, um dos primeiros contatos com a leitura de muita gente e, porque não, com os quadrinhos em geral.

Neste mês de Junho a Panini lançou a segunda obra do selo Graphic MSP, iniciativa que entrega personagens clássicos do Maurício de Souza para autores nacionais da nona arte, resultando em trabalhos únicos. Se o ótimo Astronauta - Magnetar levou o nível lá para o alto logo na estreia, Turma da Mônica - Laços consegue ser ainda melhor. Os "culpados" disso são o roteiro extremamente bem cuidado, a arte maravilhosa e o clima de nostalgia (positiva) que permeia toda a história.



Os irmãos de Minas Gerais Vitor e Lu Cafaggi nos trazem uma história simples: Floquinho, o cachorro estranho do Cebolinha, foge, e seu dono reúne a turma para ir em busca dele. Essa sinopse já entrega um dos pontos marcantes da obra inteira, que é aquele de filme de aventura dos anos 80, estilo "Conta Comigo". Se apenas o fato de ser a Turma da Mônica não é suficiente para te encher de nostalgia, aqui está mais um bom motivo. Até eu que nasci uma década depois cresci vendo esse tipo de filme das sessões da tarde da vida.

Outro ponto positivo são as inúmeras referências a coadjuvantes famosos da turma. Alguns dá para chamar de easter egg, porque tem que ter sentidos ninja para notar de primeira (ou vai acabar ter que ler mais de uma vez para achar). E não é só em alguns pontos da obra, essas homenagens aparecem o tempo inteiro, citando inclusive histórias famosas. Pelo nível de cuidado, os irmãos claramente não bolaram o roteiro em uma tarde sem nada para fazer. Ponto para eles.



A arte, como dá para ver claramente nas imagens do post, é muito boa, com um traço que funciona muito bem e cores muito bem escolhidas (passam um sentimento de nostalgia sem parecerem velhas). Sem contar no design dos personagens, que conseguiu achar soluções muito boas para o cabelo do Cebolinha e do Cascão, além da Mônica realmente parecer gordinha. Vale citar as passagens da turma bebê, desenhadas pela Lu Cafaggi, que são bem marcantes pela arte "fofa" e delicada. Me lembrou na hora de giz de cera (mesmo não sendo).



Esses cuidados que conseguem fazer a obra se destacar ainda mais. Seja no roteiro cuidadoso, na arte caprichada ou no respeito e amor demonstrado aos personagens, Turma da Mônica - Laços surge como um forte concorrente ao topo do meu top 2013. É uma história que dialoga com a criança interior de cada um que cresceu com a turma do Bairro do Limoeiro - ou seja, de todos. Você por acaso conhece alguém que nunca leu Turma da Mônica?

Recomendado para: cara, compra. Apenas isso. Compra e me agradeça depois.

Previous
Next Post »