R.I.P.D. – Agentes do Além (2013)




Uma S.H.I.E.L.D. que caça fantasmas.
M.I.B – Homens de Preto encontra Ghost – Do Outro Lado da Vida.
O personagem de Michael J. Fox em Os Espíritos (The Frighteners, 1996) encontrou outros no mesmo ramo que ele.
Qualquer uma dessas frases poderia ser muito bem utilizada em uma resenha sobre o filme R.I.P.D., sem risco de soar rótulo forçado ou algo do tipo.
Mas a verdade é que, isso não importa na hora de saber se um filme é bom ou ruim.
Tudo bem. A trama de R.I.P.D. não é nada original.
Mas dependendo da forma que o roteirista encontra pra contar a história adaptada da HQ Rest In Peace Department, do autor Peter M. Lenkov, pode até ser um filme legal.


O diretor Robert Schwentke então define suas ferramentas pra empregar os $130 milhões que lhe foram destinados pra multiplicar.

Em considerável parte, esse valor vai pro elenco, estrelado por Ryan Reynolds (de Lanterna Verde, 2011), Jeff Bridges (de Bravura Indômita, 2010)), e Kevin Bacon (de X-Men: Primeira Classe, 2011).
E na frase acima se encontra a primeira e maior cagada no filme.
E não me refiro a gastar altas somas de grana com cachê de atores, e sim ao motivo que me motivou a digitar o nome de Ryan Reynolds antes de Jeff Bridges.
Na trama, que envolve uma organização que se mantém oculta da sociedade perseguindo e prendendo criminosos falecidos errantes, o personagem do Reynolds vai ser o novo parceiro do personagem do Bridges.

Acontece que, o cineasta Robert Schwentke, em um surto de ingenuidade, crê cegamente que Reynolds é um verdadeiro astro de filmes de ação, capaz de carregar um filme nas costas mediante uso de caras repetidas, sem perceber que a presença de Jeff Bridges não é mero acessório voltado a humor fácil e tornar o seu colega novato em mocinho às custas do legendário ator.
Não que Bridges deva ser protagonista, nem nada, mas a verdade é que essa escolha do diretor simplesmente não funciona.
Tivesse sido esperto tal qual o diretor Daniel Espinosa em Protegendo o Inimigo (Safe House, 2012), que percebeu que a dinâmica entre Denzel Washington e Reynolds só funcionaria se fosse capaz de mostrar cada um no que sua capacidade de interpretação tem de melhor (ou seja: Reynolds é um novato que nada sabe, apesar de ser o protagonista, e Denzel Washington é o veterano que manda no filme), poderia talvez Schwentke conseguir esconder seus demais equívocos.
Considerando isso, a presença do ator Kevin Bacon é mais pra cumprir tabela, e sua participação nada representa na busca por salvação de hora e meia inutilizadas da vida do espectador.


Sem um protagonista com carisma, e com desperdício de coadjuvantes renomados, o que resta é buscar nos medianos efeitos especiais alguma cena de ação mais ou menos, o que é apenas perda de tempo.
Emoldurado pela ousadia de piadas sem humor, o filme é substituto ideal pro comprimido de dormir, e no constrangimento de diálogos modorrentos, e pelas similaridades com outras obras, só fica pior ao pensar no tanto de potencial que uma trama que nem essa oferece pra ser uma franquia daquelas divertidas sem fingir ser cult.
R.I.P.D. é só mais um pra juntar poeira nos torrents da vida.

Quanto vale:


R.I.P.D. – Agentes do Além. Recomendado para: Não recomendado.

R.I.P.D. – Agentes do Além
(R.I.P.D.)
Direção: Robert Schwentke
Duração: 96 minutos

Ano de produção: 2013
Gênero:Ação

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