Resenha: A Fúria do Cão Negro

Ele é mau.

Ele é impiedoso.

Ele é leal aos seus princípios, e seus princípios são regidos pela lei da espada.

Mas eles resolvem raptar a única mulher que ele amou e queimá-la dentro de um boneco gigante de madeira.

Péssima ideia.

A Fúria do Cão Negro é a mais nova noveleta de Cesar Alcázar com o seu personagem mais famoso: Anrath, o mercenário irlandês conhecido como Cão Negro de Clontarf. A Batalha de Clontarf reuniu o exército de Brian Boru, rei da Irlanda contra uma aliança formada entre vikings de Orkney e da Ilha de Man com os reinos de Dublin e Leinster. Dez mil homens morreram na batalha.

Numa jogada de mestre, Alcázar coloca Anrath como um traidor, um mercenário a serviço dos vikings. Agora, ele é um estranho em sua própria terra, visto com desconfiança e temor por todos que o cercam.

Mas não é esta a história da Fúria do Cão Negro, esta excelente noveleta trazida até nós pela pena embebida de sangue de Alcázar e editada pela Arte & Letra. Como disse no início, o que temos aqui é uma história de vingança. A feiticeira Grainne é assassinada barbaramente pelas mãos dos comandantes de Uaithne. Única amiga de Anrath, este crime não vai passar incólume.

A primeira vista, simples, a história ganha em dramaticidade a ação à medida que Anrath descobre os motivos sórdidos que levaram os poderosos de Uaithne a escolher a feiticeira como uma das suas vítimas. A caçada aos culpados e o banho de sangue que se seguem, misturando as peripécias do gigantesco mercenário às excelentes descrições de Alcázar garantem horas de diversão.

O único senão é que a história é curta demais.

Queremos mais de Anrath, Alcázar! Uma prosa extensa!

Longa vida ao Cão Negro de Clontarf!

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