Invencível (2014)




Pode até adicionar popularidade.
Mas credibilidade mesmo, o nome da Angelina Jolie associado a um filme não agrega não.
Ainda mais na função de diretora do filme, o que derruba mais responsabilidade nos ombros dela, e que no caso do "Invencível" só é minimizado pelo fato de o roteiro ser obra dos irmãos Joel e Ethan Coen.
"Invencível", no entanto, não se parece muito com as escolhas da filmografia de atriz da Angelina, o que se comparar com o também indicado ao Oscar em 2015, "Malévola" é algo pra celebrar.



Tem um começo padrão e meloso, enquanto mostra passado e presente do protagonista, Louie Zamperini (Jack O'Connell), em algo artificial de forma gritante.
Aquele clima de que todos estão indo à guerra, e é algo que nem outro dia de trabalho em meio a aviões sendo atingidos, e os soldados estão com respostas prontas na ponta da língua só desfavorece essa etapa que é base pro que o roteiro reserva pra logo adiante.
Pra fins de narrativa, esses primeiros minutos de filme são o que há de mais comum e forçado, e aparenta ser essa uma rasa história de superação.
História de superação com certeza é, porém ganha bastante intensidade a partir da missão na qual o protagonista é enviado com os novos integrantes da tripulação, e é então que o ritmo melhora, e de alguém por quem nem valia a pena torcer, o Louie Zamperini cinematográfico passa a encarar uma situação que angaria cumplicidade do espectador.
E o quadro vai piorando tanto que essa trama baseado em fatos fica mais interessante a cada nova adversidade apresentada.
Em parte eu escrevo isso limitando meus comentários pra não estragar a surpresa de quem, da mesma forma que eu não sabe nada dos rumos que a história tomaria, o que ao menos no meu caso favoreceu bastante.



Com o andar da metragem cada vez mais é exigido do elenco, e tanto Zamperini quanto Phil (Domhnall Gleeson) e Mac (Finn Wittrock) ganham momentos pra que as atuações tenham papel de importância.
Tudo que ocorre a partir daí testa os personagens além do que é tolerável, e ganha força a partir do fato de que está sendo narrada a vida do atleta real que lutou durante a 2ª Guerra Mundial, e que, apesar de uns clichês na maneira de contar da direção, é uma história de sobrevivência impactante.
Inclusive, é um relato que conta com um personagem pra ser chamado de vilão pessoal do protagonista, e que é um cara que realmente existiu, permitindo algo que é muito eficaz em blockbusters, com um rosto pra plateia atribuir culpa e esbravejar em pensamento.
O tal figura histórico era conhecido pelo nome de "O Pássaro", e interpretado pelo Takamasa Ishihara acrescenta mais à dramaticidade, que só pra lembrar, na condução da diretora não é nada surpreendente, mas tem efeito além do drama meloso.
Na lista de recursos empregados estão a produção correta e a trilha sonora ascendendo em motivos específicos pra auxiliar na comoção.


O que evita o constrangimento inicial se perpetuar por todo o longa-metragem é uma mudança de tom que ainda tropeça nos clichês volta e meia, mas em boa parte cumpre o que se espera de um filme de superação.
E se constrange por melosidade em certos momentos, consegue se redimir com dramaticidade em uns quantos outros.
Enquanto trabalho de direção irregular, "Invencível" funciona pra que a partir de então o nome de Angelina Jolie, cineasta, possa chamar atenção pra outros trabalhos promissores no futuro não devido ao status de atriz, mas sim a um potencial que ela deixou evidente neste filme.


Quanto vale:


Invencível. Recomendado para: uma história biográfica de superação que em uns quantos momentos faz jus ao drama da pessoa que o vivenciou antes da adaptação pras telas.

Invencível
(Unbroken)
Direção: Angelina Jolie
Duração: 137 minutos
Ano de produção: 2014
Gênero: Drama/Guerra

Várias das outras críticas de indicados ao Oscar 2015 estão NESSE LINK.

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