Não
era só de publicações que o blog estava na seca.
Mas
também de bons filmes sul-coreanos de tiro na cara dos outros,
roteiro estruturado pra não seguir estrutura de filme de ação
comercial, e desinteresse de aproximação da censura dita livre.
Não
que eu esteja dizendo que se trata de um bom filme antes do fim do
texto, o que seria um tipo de spoiler do próprio texto, e que agora
não numa dessas seria ainda menos interessante pra ser lido até o
final.
Não
que eu esteja dizendo.
Dirigido
pelo Hong-Jin
Na (o mesmo de "O Caçador"),
"The Yellow
Sea"
é um sopro de fôlego pra esse cinéfilo apreciador do cinema
produzido na Coreia do Sul, e que depois de assistir "A Gripe"
se viu em dificuldades pra encontrar um longa-metragem que
relembrasse do quanto foi massa assistir "Oldboy"
(o do Park-Chan
Wook.
O do Spike
Lee nem
existe), os demais da Trilogia
da Vingança,
"Memórias
de um Assassino",
"Mother", o próprio "O
Caçador",
"A Dirty Carnival",
"O
Hospedeiro",
"I Saw the Devil"
e outros.
No
entanto, desses filmes de legenda meio complicada de encontrar,
"The Yellow
Sea"
se mostra inusitado o suficiente pra desde o início ser um cru filme
coreano pra nenhum aficionado tascar defeito.
Em " The Yellow Sea" ele retoma a parceria com os protagonistas de "O Caçador", Jung-Woo Ha e Yun-Seok Kim invertendo papéis nesse novo jogo de gato e rato.
Em " The Yellow Sea" ele retoma a parceria com os protagonistas de "O Caçador", Jung-Woo Ha e Yun-Seok Kim invertendo papéis nesse novo jogo de gato e rato.
A
história segue o protagonista Gu-Nam (interpretado pelo
Jung-Woo Ha) um taxista que reside na região onde se delimitam Coreia do Norte, China, e Russia Os cerca de 800.000 sino-coreanos residindo no local são chamados de Joseonjok, e não encontram muito indício de futuro promissor
no local.
É
o caso do protagonista com problemas com o vício em
jogatina, com seus agiotas, em sustentar a filha pequena, e em
aceitar que a esposa pode estar tendo um caso após ir pra Coreia do
Sul.
Isso
tudo ameaça fazê-lo desmoronar, mas a realidade é que ele não
precisa de muita ajuda nisso.
Dividido
em 4 atos dos quais eu não vou mencionar os títulos pra
EVITAR O QUE PODE SER SPOILER PRA ALGUNS, o filme tem um ritmo
que faz as 2 horas e 37 minutos passarem de maneira muito mais
agradável do que os blockbusters norte-americanos têm conseguido.
A
história é na medida possível plausível, com exceções em alguns
momentos em que pisca a vista pro espectador pra desencadear alguma
sequência de perseguição sensacional.
Isso
mesmo.
No
desenrolar da treta cada vez pior em que Gu-Nam se
enrascou há várias oportunidades pra escapadas virtualmente
impossíveis, correrias em locais aparentemente sem saída, carros
colidindo, e muito flagelo dos personagens, o que é muito bem
retratado pelo diretor e além de atestar a perseverança do
protagonista, faz o filme ficar muito divertido.
E já que o assunto chegou nesse ponto, é muito importante salientar o papel do ator Yun-Seok Kim (também de "O Caçador").
Ele interpreta um figura chefe de gangue que é uma pulga na cara do protagonista, e além da atuação marcante do cara, o roteiro lhe concede chances pra ser casca-grossa da maneira que só o cinema sul-coreano consegue.
E já que o assunto chegou nesse ponto, é muito importante salientar o papel do ator Yun-Seok Kim (também de "O Caçador").
Ele interpreta um figura chefe de gangue que é uma pulga na cara do protagonista, e além da atuação marcante do cara, o roteiro lhe concede chances pra ser casca-grossa da maneira que só o cinema sul-coreano consegue.
Pra
um espectador-médio, no entanto, as qualidades podem ser mascaradas
pela recorrente aura de filme de ação simples. Sem regurgitar
efeitos visuais de tempo em tempo, e sem vestir os personagens de um
aspecto messiânico imbatível ou algo assim.
"The Yellow
Sea"
faz o que o cinema coreano faz bem ao abraçar as imperfeições de
caráter e limitações humanas em um jogo de gato e rato de pessoas
sem habilidades especiais desferindo golpes e catalisando lacerações.
Os
desconfortáveis com isso, obviamente possuem a alternativa de buscar
alguma outra película, e ver o mundo com um filtro mais ameno que o
cinema de ação da Coreia do Sul prefere deixar no depósito.
Claro
que "The Yellow
Sea"
não possui qualidades o bastante pra figurar no rol que já conta
com alguns dos clássicos que eu mencionei lá no começo do texto.
Por que eu mentiria pra vocês?
Mas
não estar nesse patamar não o diminui a ponto de não ser chamado
de um bom filme.
Ainda
é casca-grossa o suficiente apesar de deslizes no roteiro, arraigado
na humanidade (ou desumanidade) de seus personagens, aproveitando
isso pra ser imprevisível até onde consegue. E além disso, é mais
um dos retratos lúgubres que o cinema de ação pode proporcionar,
usando o que é simples e sempre tentando esquivar do que é
simplório.
Já
valeu pra amenizar a abstinência de bons filmes sul-coreanos, e pra
testar até onde seus personagens, pessoas comuns, são levados em
situações extremas e sem perspectiva.
The Yellow
Sea. Recomendado
para: quem ainda acredita que um filme de ação pode ser mais do que um videoclipe de duas horas e meia de CG.
The Yellow
Sea
(Hwahgnae)
Direção:
Hong-Jin Na
Duração:
157 minutos
Ano
de produção: 2010
Gênero:
Ação/Thriller
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